terça-feira, 8 de novembro de 2016

Artigos Meus Sobre Desenvolvimento Pessoal (Alguns publicados na revista Bem Porto)

Em maio de 2016, a revista Bem Porto iniciou a publicação de uma série de artigos meus sobre desenvolvimento pessoal. Apenas os artigos iniciais saíram, mas toda a série já estava pronta. Aqui vão eles, de uma vez, para aproveitar o que já estava pronto e desocupar um pouco a gaveta.

Veja: São umas considerações minhas sobre o tema e servem unicamente para fazer uma apresentação das ideias e para instigar o leitor a preocupar-se consigo mesmo e a procurar mais para se aprofundar.

1) Desenvolvimento Pessoal, ou “A Matéria Mais Importante E Que Não É Ensinada”

Esta e as próximas colunas serão dedicadas ao tema do desenvolvimento pessoal. O assunto é a coisa mais importante para mim no momento e quero alertar o máximo de pessoas sobre ele. Será uma grande matéria, onde destilarei aos poucos vários conceitos que, na verdade, são complementares e interligados. Mas tenha em mente, caro leitor, que estou tratando do que aprendi por conta própria, através de minhas leituras e esforços - bem-sucedidos ou não... E que não sou nenhum tipo de especialista certificado, sou um ser humano engajado nesse processo.
A negligência pelo desenvolvimento pessoal talvez seja uma das maiores armadilha do mundo! Poucos se dedicam realmente a isso, a maioria vive sem se dar conta de que deveria fazê-lo! Mais trágico ainda: é algo que, às vezes, só é descoberto como uma das maiores necessidades do ser humano pelas pessoas muito, muito tarde! O maior absurdo da civilização moderna, na minha opinião! Temos um mundo cheio de sistemas para fazê-lo, e a matéria é ignorada pela maioria! Esta poderia ser uma Terra de humanos melhores há mais tempo!
O desenvolvimento pessoal é a matéria escolar mais necessária e que não existe! Quando é ministrado em algumas escolas particulares, é alardeado como grande diferencial! Quando presente em escolas públicas, em pequena medida que seja, gera revoluções locais que atraem a imprensa! Salva crianças da miséria e do crime, transforma alunos desacreditados em estrelas! Precisamos de desenvolvimento pessoal, lado a lado com técnicas de estudo eficaz, e a escola não nos dá! Governos: Apertar a tecla de ativar o bom senso!!! Professores e escolas de Porto Feliz: considerem minhas palavras, vejam se não têm algumas ideias sobre isso!!!
O fato é que o autodesenvolvimento nunca para – ele é detido pela morte! Assim, saiba que se não embarcou nessa jornada, quando começá-la, vai ser algo longo. E lento, demorado, pois esse é o nosso ritmo. Prepare-se e não desanime. Por favor, não neste assunto!
Questione-se se não devia mesmo estar dedicando mais atenção ao assunto. Talvez sua vida não seja tão boa quanto pensava, talvez queira mudar quem é. E tenha a certeza de que pode ser, fazer e ter muito mais, se empregar esforços específicos para isso. Se você se interessar, leitor, há ótimos livros sobre isso na Biblioteca Municipal, além de haver diversos sites de alta qualidade, até e-books, que podem ajudá-lo em seus esforços. Muitos já recomendei aqui, vou fazê-lo novamente, com outros. Mas use sua curiosidade e iniciativa para procurar por conta própria também.
A seguir, vou tratar dos seguintes temas: Filosofia Do Sucesso, Crescimento Como Pessoa, Autoconhecimento, Autoimagem E Autoestima , Organização Pessoal e Projetos. Serão dicas extraídas do trabalho de grandes autores, mas entenda que não serão substitutos às obras, pois o espaço da coluna não é suficiente. E que o auxílio de especialistas, como psicólogos, consultores, coachs, pode ser necessário. A “Bem Porto”, inclusive, conta com uma colunista que é psicóloga – olho nos escritos da Sr. Kely Schettini.
Tem na Biblioteca Municipal: “Desperte O Gigante Interior”, de Anthony Robbins; “Viva Como Você Quer Viver”, de Eduardo Shinyashiki; “O Sucesso É Ser Feliz”, de Roberto Shinyashiki; “Nunca Desista De Seus Sonhos”, de Augusto Cury.



2) Filosofia Do Sucesso, ou “O Modo De Conseguir Tudo O Que Você Deseja”

A Filosofia Do Sucesso começou com Napoleon Hill, em 1928, com a publicação do seu livro “The Law Of Sucess”. Porque, embora vários autores tenham escrito sobre o sucesso e a felicidade desde que a escrita surgiu, foi o Sr. Hill o primeiro a fazer uma pesquisa em larga escala e de longo prazo, coletando princípios das experiências de legítimos homens bem-sucedidos e organizando esses princípios numa filosofia, quase uma ciência. Foi criada após mais de 20 anos de trabalho, tendo ele entrevistado 16.000 pessoas e, dentre essas, 500 das pessoas mais bem-sucedidas de sua época.
Leitor, FUNCIONA! Ele criou um sistema baseado em experiências – percebe o quanto isso é significativo? É um sistema COMPROVADO, foi reconhecido como a fonte do sucesso por várias pessoas que obtiveram grande realização. Ele foi posto em prática e aprovado por centenas de pessoas! Confie nesse sistema!
Bem, e do que trata esse sistema? Tem dois núcleos: mentalidade e método, visão e ações. Atingir o sucesso implica, claro, em ações: seguir procedimentos, realizar empreendimentos – seja tornar-se um bom profissional, a busca de um parceiro, a criação de uma empresa etc. Falo de criar planos, pensar com bom senso, desenvolver relacionamentos, ser uma pessoa eficaz etc. – as práticas que representam escolher a receita, reunir os ingredientes e cozinhar.
Entretanto, o Sr. Hill tratou, em grande parte de sua obra, da importância da visão, da mentalidade de sucesso e felicidade; Da necessidade de reorientar e até reprogramar a mente para desenvolver uma consciência de prosperidade.  O modo de pensar e sentir, o paradigma: nele, entram componentes mentais como definir seus propósitos e visualizá-los intensamente e sugestionar-se para desenvolver forças mentais como o entusiasmo, a persistência, a paciência, a resiliência (capacidade de suportar derrotas e se reerguer delas). Resumindo, trata de pensar positivamente.
Pensar positivamente é algo muito sutil. Há correntes na autoajuda que tratam de tentar mudar o mundo através de forças misteriosas, ativadas com a força da mente. Pensar positivamente não é isso! É enxergar tudo de forma construtiva, vendo soluções para os problemas, atentando para as oportunidades e os prazeres da realidade e concentrando-se neles. O famoso “ver o copo meio cheio”, sem desprezar o fato de que “está meio vazio”. Hill insiste que boa parte das pessoas que fracassam adquiriram e mantiveram uma mentalidade de fracasso, que as faziam se comportarem de modo a produzir o fracasso. Uma consciência de escassez, de tragédia.
Discorrer sobre a Filosofia Do Sucesso em uma coluna é impossível e, mesmo em uma matéria, seria dificílimo. Assim, leitor, pesquise sobre autor e obra na internet. Embora nenhuma obra de Napoleon Hill esteja disponível no acervo da Biblioteca Municipal, há muitas de autoajuda que tratam, de uma forma ou de outra, das ideias dele – tenham bebido em seus livros como fonte ou não. Como disse, a filosofia do sucesso de Napoleon Hill é baseada não apenas em experiências, mas em princípios, em leis naturais que ele detectou. O que se basear nesses mecanismos para atingir o sucesso e felicidade, coincidirá com suas ideias.
Na internet: De Napoleon Hill, há dois ótimos vídeos no Youtube: Em um, o próprio autor aparece e explica suas ideias; O outro se trata de uma gravação antiga, uma introdução em áudio a sua obra mais famosa, “Pense E Fique Rico”. Também confira “Oficina De Sonhos”, de Bárbara Sher (um e-book gratuito).



3) Crescimento Como Pessoa, ou “A Escada Em Direção À Maturidade”

Crescimento...  Não estou falando do aspecto biológico, regulado por hormônios e evidenciado pela altura. Falo da escada que sobe em direção à maturidade, uma subida que promove o aumento da eficácia do indivíduo.
Fico com o que o Doutor Stephen R. Covey, grande consultor empresarial, disse sobre o assunto no clássico “Os 7 Hábitos Da Pessoas Altamente Eficazes”: Uma jornada do estágio da dependência para a independência e, daí, para a interdependência. Sendo que as mudanças devem ser de dentro para fora, começando na mente e terminando na realidade do mundo. Ele listou hábitos que permitem realizar o processo e traduzem o bom senso que nos falta. Sua obra é um dos livros que mais respeito, ao lado dos de Napoleon Hill.
Para passar da dependência (da situação de bebezinho ou de adulto infantilóide e irresponsável) para a independência (homem/mulher de verdade, com vida feita), é preciso:
1. Ser proativo: Responsabilizar-se pela própria vida e ter iniciativa e liderança de si mesmo. Assumir cada vez mais responsabilidade por mudar o mundo, com atitudes do tipo “eu estou no comando de minhas emoções, pensamentos e ações e vou direcioná-los”.
2. Começar com o objetivo em mente: Definir suas metas - suas razões para se mexer, os objetivos que realmente deseja e nos quais verdadeiramente quer investir seus recursos. Estabelece a criação mental como uma primeira criação, que antecede a do mundo material. Não é apenas definir desejos, é visualizar resultados e os caminhos para eles.
3. Fazer primeiro o mais importante: Priorizar e, assim, garantir que se executa o que realmente importa. (Parecem coisas simplistas, leitor? Como eu disse, “o bom senso que nos falta”! Quantas pessoas realmente independentes, mentalmente fortes, você conhece? Você é independente deste jeito?)
E para passar para o estágio seguinte, da independência para a interdependência (convivência pacífica, amorosa e produtiva com os outros), é preciso:
4. Procurar primeiro compreender, depois ser compreendido: Ter relações verdadeiras, respeitosas, em que se escuta ativamente o outro; E depois, se comunica assertivamente (sem bancar o pau-mandado ou brucutu sem noção, sem ser passivo ou agressivo).
5. Pensar em termos de ganha/ganha: Ter relações e empreender projetos em que todos lucram (até o meio-ambiente...), de modo a não ser nem mártir pobretão compulsivo, nem parasita salafrário. Estabelecer o bem coletivo como princípio inegociável.
6. Criar sinergia: Estar tão afinado com uma pessoa ou grupo que o produto das interações é muito maior que o de uma colaboração com estranhos, mesmo que contando com a maior boa vontade. Neste nível, o líder tem autoridade moral e as pessoas fazem coisas sem precisar mandar, tornando-se voluntários criativos. Quase telepatia...
Ele lista um sétimo hábito, “Afinar o instrumento”, que significa fazer a manutenção do ser e da vida, ficar de olho nas coisas e manter os sistemas funcionando, além de detectar mudanças e aprender a se engajar nelas e tirar proveito.
Tem na Biblioteca Municipal: “Os 7 Hábitos Das Pessoas Altamente Eficazes”, de Stephen R. Covey; “Quem Mexeu No Meu Queijo”, de Kenneth Blanchard; “O Código Da Inteligência”, de Augusto Cury.



4) Autoconhecimento, ou “A Informação Que Verdadeiramente Importa”

Quem é você? E quem você vai se tornar? Consegue responder a essas perguntas de uma forma profunda, bem pensada, sincera, definitiva? Já tentou respondê-las?
O desenvolvimento pessoal é negligenciado; O autoconhecimento é menosprezado, desencorajado, ofuscado, eclipsado; É tratado como uma bobagem, uma inconveniência. Não nos questionamos sobre muitas coisas no mundo, menos ainda em relação a fatos sobre nós. Aceitamos muitos enganos e muitas mentiras; Vivemos no piloto automático e, quando nos damos conta, fizemos burradas. Fizemos coisas que não queríamos fazer, nos engajamos em compromissos que não queríamos aceitar. O piloto automático nos levou para um rumo ruim porque não traçamos rumo bom algum!
Os grandes sábios de nossa história conjunta sempre passam por este tema, quando não lhe dedicam muito tempo de estudos e considerações. Sócrates, Sun Tzu... Conhecer a si mesmo não apenas é essencial, mas é fonte de poder. Conhecer suas tendências positivas e, principalmente, negativas (mantendo, assim, um olho aberto esperando uma raposa que sabe que existe e pode por o galinheiro a perder).
Já respondeu a bons testes sobre si mesmo, leitor? Já fez testes de personalidade, testes vocacionais (esses testes de “Qual personagem você seria” do Facebook não contam...)? Devia fazer... Muitos. Pense em si mesmo como um grande proprietário, dono de um reino que é o seu ser e a sua vida. A primeira coisa a fazer é conhecer suas posses, reizão! E a internet está mais próxima que a banca da esquina, pronta para ser gênio fiel e te dar tudo o que mandar!
E métodos alternativos? Você escreve um diário, por exemplo? Tira um período para pensar? Digo, um tempo decente, de qualidade, e frequente para isso? Tem confidentes com os quais pode debater questões existenciais, ou só relações superficiais com gente desinteressada na ideia de viver bem? Já buscou ajuda profissional, como um psicólogo ou um coach? Hoje existem até filósofos consultivos...
Não tenha a surpresa de só descobrir-se num momento de tragédia pessoal, quando as circunstâncias nos param e nos obrigam a olhar atentamente para nosso interior e para nosso passado! Ao invés disso, saiba que tipo de pessoa é e defina que tipo gostaria de ter sido e, portanto, que tipo ainda quer se tornar. Para enfrentar melhor as tragédias e mesmo o cotidiano.
Tem na Biblioteca Municipal: “Ame-se E Cure Sua Vida”, de Louise Hay (não apenas a autora faz dezenas de perguntas de cunho pessoal, mas também oferece afirmações para reprogramar a mente); “A Coragem De Decidir”, de Khatryn Jason e J. J. Mahon.
Na internet: Faça o teste do site “16 Personalidades” (https://www.16personalities.com/br). Outro interessante é o vocacional do “Guia Do Estudante”.
Faça uma pausa agora. Pare e pense sobre isso: Quem é você? E quem você vai se tornar? Não seja leviano com estas questões. Não seja leviano consigo mesmo e com sua vida. Você precisa saber, quer admita isso ou não.



5) Autoimagem E Autoestima, ou “Você Vive Conforme Se Enxerga”

Vamos continuar de onde paramos. Lembra das perguntas-chave da coluna anterior? “Quem é você?” E “quem você vai se tornar?” Pois vamos fazer uma terceira e uma quarta: Quem você ACHA que é? E você gosta de si mesmo – dessa pessoa que ACHA que é?
Segundo Nathaniel Branden, talvez o maior pesquisador do assunto, ter autoestima é considerar-se tanto digno quanto capaz de viver bem. É confiar no direito de estar vivo e na sua eficácia para resolver o que a vida mandar para você.
Nossas metas, os projetos que desenvolveremos, são profundamente dependentes da autoimagem (nossa visão de quem somos) e a autoestima maior ou menor que decorre dela; Elas definirão nossos desejos, nossas ações, tudo. Desejamos e decidimos conforme nossas crenças, principalmente nossas ideias sobre nós mesmos. Conforme o tipo de pessoas que achamos que somos. Conforme o potencial e o valor que acreditamos ter.
Grande parte do trabalho de especialistas como Anthony Robbins (PNL) e Paul McKenna (Hipnose), famosos autores que obtém resultados rápidos e espetaculares de reconstrução de vidas e até de curas mentais, está baseado na mudança do estado mental; E, especialmente, na mudança da visão de si mesmo, na redefinição de quem se é. No livro “Auto-estima: Como Aprender A Gostar De Si Mesmo”, o já citado Sr. Branden também narra casos em que recuperar a autoestima, mudando a visão que a pessoa tinha de si mesmo, foi decisivo e provocou verdadeiras revoluções na vida dos pacientes. Pacientes que haviam atingido o fundo do poço por causa de visões horríveis, deficientes, insensatas de si mesmos.
A autoestima é muito frágil no início da vida, e a maioria dos adolescentes desenvolve baixa-autoestima (mesmo os arrogantes populares – a atitude de rei/rainha da cocada preta é uma ação de defesa). Daí, geralmente, levam esse complexo pelos próximos 35 anos, até que chegam à casa dos 50, quando muitos fazem uma revisão de suas vidas. Alguns têm grandes melhoras nessa idade, principalmente as mulheres. Aliás, vale o aviso: Homens, as mulheres se dedicam muito mais ao desenvolvimento pessoal! Acabam tendo uma qualidade de vida melhor, longevidade maior, e índices de felicidade e sucesso em geral maiores, mesmo que sutilmente! Estamos em desvantagem! Atentem para isso!
Ter uma autoimagem apropriada é bom senso, ter uma autoestima saudável, normal, justa, é direito, pois a autoestima deve se basear na condição de ser humano da pessoa, não em características pessoais e feitos passados.
A maneira de melhorar esses dois aspectos é através, antes de tudo, de uma reavaliação pessoal, através da qual nossa natureza, potencial e realizações são reconhecidos. Depois, utilizando-se de afirmações e visualizações, para reprogramar a mente. Elas devem ser baseadas tanto em elogios sinceros ao que somos e realizamos quanto em nossas metas, nossos planos de melhorar para o futuro.
Tem na Biblioteca Municipal: “Auto-estima: Como Aprender A Gostar De Si Mesmo”, de Nathaniel Branden; “Aprendendo A Gostar De Si Mesmo”, de Louise Hay; “Quem Me Roubou De Mim?”, de Pe. Fábio De Melo.



6) Organização Pessoal, ou “Ser Organizado É Um Verdadeiro Superpoder”

GTD. Decore essas letras, que formam uma sigla poderosa, leitor. GTD – se sua vida é caótica, esta será, provavelmente, a solução.
GTD é abreviação de Getting Things Done (Fazendo As Coisas Acontecerem), uma técnica de organização desenvolvida por David Allen. A técnica concede tranquilidade porque faz com que tudo o que está pendente seja tirado da mente preocupada e processado eficazmente.
O segredo do GTD é seguir, incondicionalmente, o esquema de processamento da imagem ao lado (extraída do livro do Sr. Allen). Melhor repetir: INCONDICIONAMENTE. Fazendo assim, você vai ter confiança de que lidou com tudo e de que foi feito da maneira correta.
Vou explicá-la um pouco melhor:
1. Defina uma caixa de entrada, ou um conjunto de caixas de entrada. Por caixa de entrada, entenda áreas em que TODAS as suas coisas (o Sr. Allen chama de tralhas...) vão ficar esperando para serem processadas. E terá de tirar todos os seus compromissos, ideias e outras “coisas mentais” da cabeça e colocá-las na(s) caixa(s) de entrada. Uma forma de fazer isso é escrever cada uma num pedaço de papel – em fichas.
2. Processe todas as coisas de todas as suas caixas de entrada, até esvaziá-las. Mas entenda que processar é dar um destino a essas coisas – elas têm de sair das caixas e nunca mais voltar para lá, e também não podem ficar guardadas nelas por muito tempo. Você processa fazendo duas perguntas: “O que é isso?” e “Isto é passível de ação?”
3. Ou é passível de ação ou não é - sem meios-termos no GTD. Com a resposta sim ou não, a coisa ganha um destino. Se não for, ou é lixo (Descarte! Sem dó!), ou é informação que você quer manter para referência (Arquive!), ou é uma ideia que precisa ser maturada (Algum dia ela pode render algo... Talvez.). Isso de maturar leva tempo e às vezes a inspiração só surge quando não estamos pensando na coisa – no banheiro, por exemplo. Daí, essa área Algum Dia/Talvez tem de ser muito bem cuidada e revista com alguma frequência.
4. Se é passível de ação, então ou é algo que deve ser passado a outra pessoa (Delegue!), ou é com você mesmo. Se for contigo, ou é uma atividade rápida e você a executa já (Faça!), ou é algo que só poderá ser feito depois (Aí adie até chegar o momento, coloque numa lista de espera das Próximas Ações), ou é uma coisa que vai levar mais tempo e tem vários passos, então trata-se de um projeto.
É preciso se preparar antes de usar o sistema, definindo exatamente as áreas que receberão as coisas processadas e prepará-las. Talvez seja preciso comprar materiais, como cadernos, pastas, arquivos etc. Para o GTD funcionar é preciso haver fidelidade e bons suportes para o que for processado.
Sobre isso dos projetos, veremos mais a seguir (último artigo). O caso é que fazer um projeto não é difícil, mas é um tanto complexo. Uma estrutura escrita é essencial, e vou fornecê-la.
Na internet: Já sugeri aqui o blog “Vida Organizada”, da Sra. Thais Godinho – ela explica muito bem a técnica GTD, boa introdução ao método. Além dele, há muitos vídeos no Youtube, e os do coach Jorge Innami são os mais interessantes.



7) Projetos, ou “Para Fazer Direito, Siga O Modo Correto”

O que é um projeto? É fazer um bolo; É abrir uma empresa. Entenda por projeto realizar várias ações para obter um resultado específico. Projeto implica em fazer mais de uma coisa para poder atingir um fim. Algo que pode ser pequeno ou grandioso. Projeto é uma proposta de construir ou de mudar algo.
Deve ser uma resposta às sete perguntas básicas: O que você quer fazer? Por que quer? Quem o fará e para quem será feito? Onde? Quando? Quanto custará? Como o fará, exatamente?
O melhor é fazer coisas como declarações de metas, afirmações e, principalmente, projetos por escrito. Há uma explicação psicológica/neurológica: escrever ativa áreas específicas da mente. Diversos autores recomendam que seus programas de desenvolvimento pessoal sejam feitos em folhas, à mão. Até mesmo que reservem cadernos para tal. Aplique o mesmo princípio aos seus projetos: Sente-se com um caderno ou com folhas sulfite para organizar suas ideias. Projeto não-escrito é boa ideia que fica no ar, é só pretensão.
Vou compartilhar uma estrutura que utilizo; Ela é uma combinação de itens de diversas fontes. Vai exigir que você pare para pensar e, geralmente, ocupa umas tantas folhas.
Comece com a seção da Meta, onde você deve definir o Objetivo, os Princípios (as condições para realizar o objetivo, ou seja: limites e aspectos morais inegociáveis) e o Prazo (a data em que deve estar pronto). Depois, deverá fazer uma descrição muito maior: os Resultados. Passará um tempo imaginando em detalhes o projeto realizado e anotando algumas conclusões, passando a visão da mente para o papel. Esta seção cuida de responder a primeira pergunta.
Seção seguinte: Motivação. Nessa parte, primeiro pense a respeito, depois anote suas conclusões sobre dois tópicos: Dor Por Não Conseguir Realizar O Projeto e Prazer Por Conseguir Realizar O Projeto. É importantíssima! Entusiasmo é essencial para realizar as coisas, e essa parte vai tratar de despertá-lo em você. Sem motivação, sem realizações. Esta cuida da segunda pergunta.
Ultima seção (antes de por a mão na massa): Plano. Aqui, as últimas cinco perguntas são respondidas. No começo, o melhor é fazer uma fase de Brainstorm – passe um tempo anotando todas as ideias que puder ter com relação ao projeto, sem filtrá-las. Conversar com amigos e associados poderá aumentar o número de ideias e mesmo estimular o fluxo delas.
Depois do que podem ser até horas, você vai trabalhar nessas ideias, entrando na fase de Organização. Vai descartar o que é ruim, ficar com o que é bom e aí priorizar, definindo a ordem em que as coisas serão feitas.
E lembre-se: o segredo para fazer as coisas é quebrar as partes grandes em partes menores, e estas em partes menores ainda. Digamos, então, que você tem um grande projeto, e é algo que parece impossível e muito demorado. Divida-o em várias partes. Cada uma é um Marco. Aí, divida cada Marco em Passos. E estes últimos, em Tarefas. Daí execute cada tarefa. Cuide de cada partezinha, não encare partes enormes de uma vez. Hércules fez assim...
Esta é a última matéria da série, leitor. Não que não haja muito mais para falar e muita vontade de fazê-lo, é que não há mais o que possa fazer por você através desta página mensal concedida pela “Bem Porto”. Só apontei algumas coisinhas com o dedo. Explorá-las é o próximo passo – e isso é com você. Boa sorte. Se eu puder ajudar, me procure, já sabe onde me encontrar.
Tem na Biblioteca Municipal: “Organize Sua Vida”, de Donald Weiss; “A Arte De Resolver Problemas”, de George Polya.